Relatora pressionada a renunciar após trocas de mensagens reveladoras

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Parlamentar alega que a relatora combinou perguntas e respostas

Deputado federal Maurício Marcon (Podemos- RS) quer que relatora do CPMI do 8 de Janeiro, Eliziane Gama (PSD-MA), renuncie ao posto. Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputadas.

Danyelle Silva

O deputado federal Maurício Marcon (Podemos- RS) pediu que a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), renuncie ao posto. 

A petição do deputado tem como fundamento a troca de mensagens entre Gabriel Dias, filho do general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) , e o próprio G.Dias. Na conversa, aparenta que Gabriel negocia um encontro entre um assessor da relatora e o general. 

Marcon disse que esperava um posicionamento da relatora após as mensagens virem à tona na CPMI “Esperava da relatora que ela tivesse a grandeza de ter renunciado ao cargo dela”. 

Com uma breve explicação, o deputado explicou a gravidade de manter Eliziane Gama como relatora “Para o povo entender, a relatora é como juiz. Ela vai fazer um relatório final sobre os atos do 8 de Janeiro e combinou perguntas e respostas com G. Dias para que ele, provavelmente, não fosse surpreendido. Aliás, ela disse que temos pouco tempo na CPMI. Ficou muito claro que esse relatório final vai ser produzido pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.”

Além das trocas de mensagens, o deputado federal Felipe Barros (PL-SP) alegou que houve um encontro entre G. Dias e o assessor da equipe da senadora aconteceu no dia 29 de agosto e que o ex-GSI teria recebido um documento com perguntas e respostas que seriam feitas no depoimento do general. 

O senador Marcos Rogério (PL-RO) também opinou sobre “relator que tem contato com algum depoente antecipadamente ou combina linha de investigação perde a credibilidade”. 

Eliziane se defendeu dizendo que nunca viu o filho de G. Dias e negou a trocas de mensagens com qualquer contato com o general e seus aliados. A senadora acredita que o posicionamento da oposição de suspeitas sobre o relatório é por “desespero”. 

“Há um certo desespero da parte deles. Temos uma delação premiada aprovada e documentos que estão chegando à CPMI. Acho normal o desespero”, desdenha a senadora. 

DIÁRIO DO PODER

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