Pressão: o mês não acabou e MST já ocupa oito novas terras e chega a 32 invasões no ‘Abril Vermelho’

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Foto: Divulgação/MST-MS

Após o presidente Lula (PT) ter se manifestado em apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e anunciado o programa “Terra da Gente” na semana passada, com o objetivo de acelerar a reforma agrária no país, o movimento continua exercendo pressão sobre o Palácio do Planalto. Desde o anúncio, oito novas áreas foram invadidas, totalizando 32 invasões até esta segunda-feira no chamado “Abril Vermelho”. A expectativa é que esse número alcance 50 até o final do mês.
Na ocasião, Lula expressou o desejo de que a reforma agrária ocorresse no Brasil “sem muitos conflitos”:
— Isso não significa que a luta pela reforma agrária seja interrompida, mas queremos mostrar ao Brasil que podemos avançar sem grandes disputas — afirmou o presidente em 15 de abril.
Até o momento, o MST realizou invasões em 15 estados brasileiros: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe.
A mais recente invasão ocorreu no último domingo, quando cerca de 80 famílias invadiram uma fazenda no município de Miguel Leão, localizado a 80 km de Teresina, capital do Piauí.
De acordo com o movimento, o governo Lula teria assentado apenas 1.450 famílias ligadas ao MST, e os demais dados apresentados pela gestão seriam referentes a reconhecimento de integrantes que já estavam nas áreas e foram cadastrados recentemente. Além disso, o MST critica o orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que estaria abaixo da média dos governos anteriores liderados pelo PT.
Quanto ao programa lançado pelo governo federal, que visa beneficiar 295 mil famílias até 2026, a integrante da direção nacional do MST, Ceres Hadich, considera que ele é “insuficiente”.

— Esperamos que o programa contribua efetivamente para acelerar a consolidação e a massificação da reforma agrária no Brasil. No entanto, sabemos que, por si só, ele não abrange todas as dimensões da Reforma Agrária Popular.

As mobilizações do “Abril Vermelho” remetem ao massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 1996, quando 19 sem-terra foram assassinados.

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