Ives Gandra sobre ministros do STF: “Voltem a ser relevantes”

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Para o professor, o tribunal tem usado mecanismos para legislar no lugar do Congresso

Dr. Ives Gandra Martins Foto: Reprodução / YouTube / The Noite com Danilo Gentili

O jurista e professor Ives Gandra revelou, nesta terça-feira (14), que é a favor de um prazo para o Congresso Nacional editar lei quando o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar que há omissão de deputados e senadores sobre exigências constitucionais.

Há dois instrumentos para o STF declarar a omissão do Congresso: a ação de inconstitucionalidade por omissão e o mandado de injunção. Para o professor, o tribunal tem usado esses mecanismos para legislar no lugar do Congresso.

– Teria que pedir ao Congresso para fazer a lei. Há mecanismos para não permitir a invasão de competências – defendeu em seminário promovido pelo Estadão e pela Universidade Presbiteriana Mackenzie sobre O Papel do STF na Democracia.

Em julgamento recente, o STF impôs ao Congresso a obrigação de atualizar a distribuição de cadeiras na Câmara dos Deputados. Também abriu prazo para a União e os governadores apresentarem planos para pôr fim a violações de direitos em presídios. Nos dois casos, os ministros concluíram que houve omissão dos agentes públicos.

Ives Gandra tem sido um porta-voz em defesa da contenção do Poder Judiciário.

– O soberano em uma democracia é o povo e essa soberania só pode ser exercida por seus delegados e seus delegados estão no Poder Legislativo e no Executivo – defendeu.

O jurista afirma que, em sua avaliação, os ministros do Supremo Tribunal Federal têm “invadido” as competências do Legislativo e do Executivo.

– Que voltem a ser um poder extremamente relevante para a democracia brasileira, de fazer com que a lei seja respeitada, mas sem invadir competência do Poder Legislativo e do Poder Executivo quando diz de que maneira o Poder Executivo tem que administrar a nação. Os poderes foram definidos exaustivamente na Constituição.

Ives Gandra participou de um painel sobre as diferentes lógicas de funcionamento de tribunais constitucionais em regimes presidencialistas e parlamentaristas. O ex-presidente Michel Temer e a professora Rosalind Dixon completam o seminário, com mediação do colunista do Estadão Carlos Pereira.

Gandra elogiou Temer pela relação com o Judiciário.

– Não teve nenhum problema com o Supremo, que grande constitucionalista.

*AE

 

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