Há 15 anos, governo Lula II batalhava pela CPMF e o ‘3º mandato’

Destaque

Luta do governo petista por mais impostos e poder já era realidade nos bastidores da política em 2007

À época, Lula tinha Palocci como braço direito no Palácio e na coordenação de campanhas presidenciais petistas. Foto: Marcelo Casal Jr/ABr

Tiago Vasconcelos

Em dezembro de 2007, poucos anos depois do auge do escândalo do Mensalão, o primeiro a assolar a administração petista, o segundo governo Lula enfrentava uma dura batalha para prolongar a vida da CPMF, que deixaria de ser cobrada caso o Congresso não aprovasse uma prorrogação.

A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira era uma “cobrança”, quase um imposto, que incidia sobre todas as movimentações bancárias. A Câmara dos Deputados aprovou prolongar a CPMF, mas ainda precisava passar pelo crivo do Senado.

Os senadores brasileiros rejeitaram a CPMF, no episódio que ficou conhecido como “a maior derrota do governo Lula em 2007”. Essa derrota significou uma redução de R$40 bilhões na arrecadação pública, segundo o próprio governo e afetou diretamente a disputa pelo poder no Legislativo nos anos finais da administração, que tentava compensar a arrecadação de outras formas (taxas, contribuições etc.) através novas propostas ao Congresso.

Simultaneamente aos esforços e eventual derrota do governo petista, a Coluna Cláudio Humberto noticiava, há 15 anos, resultados de uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) junto ao instituto Sensus, que apontava vitória do já reeleito Lula sobre o principal líder da então oposição, José Serra (PSDB).

Entretanto, em 2007, 49,8% rejeitavam a ideia de alterar a Constituição para permitir um terceiro mandato para o petista. Numa reviravolta de uma década e meia, Serra acabou ao lado de Lula na eleição de 2022.

Veja a Coluna CH de 19 de dezembro de 2007:

Exclusivo: Lula venceria Serra

Pesquisa CNT/Sensus, a que esta coluna teve acesso com exclusividade, revela que 49,8% dos entrevistados rejeitam a proposta do terceiro mandato para o presidente Lula, mas, ainda assim, na hipótese de nova candidatura consecutiva, 58% dos votos válidos seriam dele, contra 42% que optariam pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB). No segundo turno para presidente, em 2002, Lula foi eleito com 61,2% dos votos. Serra teve 38,7%.

Surra de votos

Segundo a pesquisa CNT/Sensus, a sova de Lula nos tucanos, em nova disputa pela reeleição, seria maior no caso de Aécio Neves: 63,7% x 36,3%.

Ufa!

O fim da CPMF deixou aliviada a turma de Lula que faz saques na boca do caixa com os cartões corporativos do governo. Ficou mais difícil rastreá-los.

DIÁRIO DO PODER

Deixe uma resposta