Advogado de Daniel Alves admite em audiência que houve sexo com penetração, mas consentido

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Defesa justifica o consentimento pela ausência de lesões vaginais na mulher, já a advogada da vítima diz que a jovem está fechada em casa devido ao trauma causado pelo brasileiro

Audiência do caso Daniel Alves ocorreu nesta manhã em Barcelona
D. ZORRAKINO/POOL VIA REUTERS – 16.2.2023

O advogado de Daniel Alves, Cristóbal Martell, confirmou em audiência na Justiça, ocorrida na manhã desta quinta-feira (16), em Barcelona, que houve relação sexual com penetração entre o brasileiro e a mulher, de 23 anos. 

Desse modo, a defesa do jogador apresenta uma nova versão para os fatos ocorridos no dia 30 de dezembro na casa noturna de luxo Sutton. Anteriormente, Martell havia negado isso diante da juíza. 

A mudança de versão ocorre depois que provas de material biológico revelaram que a vítima apresentava sêmen de Daniel Alves em suas partes íntimas.

No entanto, o advogado insistiu que as relações sexuais foram consentidas, o que seria demonstrado pela ausência de lesões vaginais e pelo fato de as imagens feitas por câmeras internas mostrarem a mulher dançando relaxada na boate, instantes antes dos fatos descritos pela acusação.

Para rebater a versão da defesa do brasileiro, a acusação mencionou as gravações das câmeras internas, que mostram o jogador saindo da boate a menos de um centímetro da vítima, sem se interessar por ela, que chorava desconsolada, enquanto explicava o ocorrido aos seguranças.

FUGA EM JATO ALUGADO

O debate sobre o risco de fuga, se Alves estiver em liberdade, foi outro tema que tomou parte do debate da audiência de hoje, em que a defesa destacou o histórico do jogador e a casa que ele possui na localidade de Esplugues de Llobregat, na região de Barcelona, que provariam suas raízes com a Espanha.

Martell ainda alegou que o lateral-direito administra duas empresas na Espanha e que as 17 que mantém no Brasil têm capital mínimo, contrariando a acusação, que usa as sociedades para mostrar seu poderio econômico.

A defesa da vítima alega que as empresas de Daniel Alves na Espanha têm capital próximo a 1 milhão de euros e que a casa dele em Esplugues é patrimônio dividido entre ele e a ex-mulher.

Para a acusação, a elevada capacidade financeira do brasileiro torna possível imaginar que ele poderia fugir da Espanha em um avião não comercial se ficar em liberdade, usando um jato alugado.

Além disso, a advogada afirmou à imprensa, na saída da audiência, que a jovem está fechada em casa traumatizada, com acompanhamento médico psiquiátrico, e por isso também não é certo que Daniel Alves seja liberado. 

Nos próximos dias, a Audiência de Barcelona deverá decidir sobre o recurso da defesa de Daniel Alves e se o deixa em liberdade provisória até o julgamento do caso, além da fixação ou não de medidas cautelares propostas pela defesa do jogador, como uso de pulseira eletrônica, retirada de passaporte e ida diária ao tribunal.

R-7

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