Volta Redonda inova com Guarda armada e treinamento da PF para combate a crimes

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Agentes da Guarda Municipal de Volta Redonda são submetidos a cem horas práticas e teóricas de treinamento de tiro (Foto: Márcia Foletto)

Agora regulamentado no Rio de Janeiro, o uso de armas por guardas municipais é uma prática já estabelecida em Volta Redonda, a primeira cidade do estado a adotar essa medida. Desde 2022, após autorização do STF, 20 dos 144 guardas municipais atuam armados na cidade, com um treinamento rigoroso e sem registros de disparos.

As equipes armadas realizam patrulhamento 24 horas, focando na prevenção de delitos em áreas comerciais. A Guarda Municipal, composta por agentes selecionados por concurso e com formação de nível médio, recebe cerca de R$ 4 mil mensais. Em contraste, a nova legislação do Rio permite a contratação de agentes temporários com salários de até R$ 13.033.

A presença dos guardas armados é percebida de forma pacífica pela população. O jornaleiro Cristiano Oliveira, de 48 anos, afirma que a segurança na Vila Santa Cecília é eficaz, ressaltando que nunca teve problemas. Por outro lado, a comerciante Juliana Vicente, de 50 anos, expressou surpresa ao descobrir que a Guarda é armada, mas considera a medida válida, desde que os agentes sejam bem treinados.

Treinamento e Eficácia

A Guarda Municipal de Volta Redonda foi armada em resposta à necessidade de proteção, especialmente devido à Companhia Siderúrgica Nacional. Desde 2022, a corporação passou a contar com um convênio de capacitação com a Polícia Federal, que inclui avaliações psicológicas e treinamento de tiro. Os guardas armados devem passar por reciclagem anual, garantindo que estejam aptos a atuar.

Dados recentes indicam uma queda nos roubos na cidade desde que a Guarda foi armada, com 279 casos em 2022, uma redução de 34% em relação a 2021. No entanto, os furtos aumentaram significativamente, passando de 864 em 2023 para 1.778 em 2024. O coronel Luiz Henrique Monteiro Barbosa, secretário municipal de Ordem Pública, destaca que a prioridade da Guarda é o combate a roubos, embora o aumento dos furtos represente um desafio.

Desafios e Futuro

Apesar dos avanços, a Guarda enfrenta críticas sobre infraestrutura e falta de recursos. A vereadora Gisele Klinger (PSB) propôs a obrigatoriedade de câmeras corporais para os guardas armados, visando prevenir abusos. O líder da oposição, vereador Raone Ferreira (PSB), cobra melhorias na formação e infraestrutura da corporação.

O coronel Luiz Henrique afirmou que a prefeitura está trabalhando para modernizar a sede da Guarda e planeja investir R$ 5 milhões nas obras. A construção de um centro de treinamento foi adiada, mas permanece nos planos. A atuação integrada com as polícias civil e militar tem contribuído para a segurança na cidade, que possui mais de 150 mil veículos registrados e registrou apenas sete roubos de veículos nos primeiros meses de 2024.

TRIBUNA DA BAHIA

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