PF encontra provas que ligam ex-cúpula do INSS a lobista

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PF acusa 3 diretores no INSS de embolsar milhões para manter fraudes iniciadas em 2019 — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Os cadernos com as anotações foram encontrados em Brasília, no escritório de Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, suspeito de ser lobista e facilitador do esquema. A existência do caderno foi divulgada pela colunista Malu Gaspar, do jornal “O Globo”. O g1 também teve acesso à informação.

Entre as anotações havia “Virgilio 5%” e “Stefa 5%”. A suspeita é que essas anotações se refiram a pagamentos feitos pelo “Careca do INSS” ao ex-procurador-geral do INSS Virgílio Oliveira Filho e ao ex-presidente do instituto Alessandro Stefanutto.

Os dois foram afastados de seus cargos em abril por decisão da Justiça Federal. Na semana passada, Carlos Lupi (PDT) deixou o Ministério da Previdência Social em meio à revelação do esquema.

Em nota, a defesa de Stefanutto afirmou que a anotação encontrada nos cadernos do lobista “não guarda qualquer conexão com fatos, valores ou atos praticados por Alessandro Stefanutto, tampouco com decisões adotadas em sua gestão”.

“Trata-se, ao que tudo indica, de citação apócrifa, sem autoria confirmada, contexto conhecido ou valor probatório”, disse a defesa 

A reportagem tenta contato com a defesa do ex-procurador-geral do INSS Virgílio Oliveira Filho.

Esse tipo de desconto em folha é permitido pela lei desde 1991, desde que haja consentimento expresso do aposentado. As entidades, em tese, oferecem serviços como assessoria jurídica e descontos em planos de saúde, farmácias e academias.

Até o momento, a PF não sabe quantos aposentados e pensionistas foram lesados. A suspeita é que as fraudes tenham atingido cerca de 4 milhões de pessoas. O governo prepara um plano para ressarcir as vítimas.

 

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