Durante audiência pública conjunta das Comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) protagonizou um duro embate com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em meio às discussões sobre ajuste fiscal e reforma do Imposto de Renda, Van Hattem levantou um ponto que tem incomodado parte significativa da população brasileira: os gastos da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.
“E os gastos da Janja, senhor ministro? O senhor chegou já a sugerir para esposa do Lula que gaste menos? Para pelo menos parecer que o senhor tá fazendo algum tipo de ajuste? Porque é um absurdo. Ela vai pro exterior, os melhores hotéis, compra os sofás mais caros pro Alvorada, faz um esbanjamento de dinheiro público, e Vossa Excelência tentando passar pro mercado que tá tratando de ajuste fiscal,”, questionou Van Hattem.
A crítica foi recebida com murmúrios na comissão e gerou desconforto evidente entre membros da base governista. Van Hattem enfatizou que o discurso do governo sobre responsabilidade fiscal perde credibilidade quando os atos do Planalto apontam na direção oposta.
Reforma do IR: Ataque aos Produtivos
Mais cedo, Haddad havia defendido a proposta de reforma do Imposto de Renda, alegando que ela afetaria apenas os “moradores da cobertura”. Segundo o ministro, há uma distorção tributária no país onde “quem ganha mais de R$ 1 milhão por ano paga, em média, apenas 2,5% de IR”, e que a ideia da reforma é elevar essa alíquota para algo mais justo.
Ataque ao Agro: Governo Mira Setor que Sustenta o País
Outro ponto polêmico da fala de Haddad foi a defesa do corte de 10% dos benefícios tributários concedidos ao agronegócio – setor que o ministro afirma ser subsidiado em R$ 158 bilhões por ano. A medida faz parte do pacote fiscal do governo Lula (PT), que busca aumentar a arrecadação.
A reação do setor foi imediata. Representantes do agro acusam o governo de querer enfraquecer justamente o motor econômico que mais cresceu nos últimos anos, sustentando o PIB brasileiro mesmo em tempos de crise.
DIÁRIO DO PODER