Integrantes do governo Lula e especialistas do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que, se Jair Bolsonaro for condenado por tentativa de golpe, ele pode cumprir pena em prisão domiciliar. A saúde frágil do ex-presidente, resultado de uma facada em 2018 e de cirurgias intestinais, é um fator que pode influenciar essa decisão.
O caso de Nelson Meurer, ex-deputado federal que faleceu em 2020 após complicações de saúde, é considerado um “trauma” para o STF. Meurer, condenado na Lava-Jato, teve pedidos de prisão domiciliar negados, o que gerou preocupações sobre a imagem da corte. Fontes próximas ao governo acreditam que o STF não deseja repetir essa situação com um ex-presidente.
Aliados de Bolsonaro já consideram a condenação como certa e estão se preparando para a possibilidade de prisão domiciliar. A estratégia inclui um tom conciliador adotado por Bolsonaro em depoimentos, especialmente em relação ao ministro Alexandre de Moraes. A defesa do ex-presidente também busca enfraquecer as acusações com novas mensagens atribuídas a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, que criticam o STF e a condução de seu acordo de delação.
Apesar das tentativas de defesa, aliados de Bolsonaro não acreditam que a anulação do acordo de Cid possa livrá-lo de uma condenação. A situação continua a se desenrolar, com a expectativa de que os desdobramentos legais ocorram em breve.
TRIBUNA DA BAHIA