O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (28) que as ações do governo federal para conter a inflação dos alimentos já começam a apresentar resultados. A declaração foi feita durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
Segundo o ministro, a inflação registrada em maio desacelerou e refletiu diretamente na redução de preços de itens essenciais como arroz, feijão, frutas, ovos e tomate. Fávaro atribuiu a melhora a medidas como a redução a zero das alíquotas de importação de produtos em escassez ou com alta expressiva no mercado interno.
“O aumento de importação ajudou a equilibrar os preços dos alimentos. As medidas foram cautelosas, mas já surtiram efeito. Não houve necessidade de medidas arbitrárias ou de intervenção no mercado”, afirmou o ministro.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de maio, que ficou em 0,36%, foi citado por Fávaro como o melhor desempenho para o mês em cinco anos.
Entre os itens com queda nos preços estão:
Tomate: -7%
Feijão preto: -7%
Arroz: -4%
Ovos: -2%
Frutas: -2%
Durante a audiência, o ministro também destacou avanços na abertura de mercados para exportações brasileiras. Segundo ele, 381 novos mercados foram abertos em parceria com a Apex e os ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura.
Entre os produtos com novos destinos estão soja, milho, algodão, café, sorgo, uva, gergelim e até material genético de animais. Fávaro ressaltou a recente abertura do mercado chinês para o DDG (subproduto do etanol de milho), setor liderado apenas por Brasil e Estados Unidos.
“O Brasil agora exporta material genético de zebu para a Índia e bovinos reprodutores para Camarões. É um momento especial, com novas oportunidades em diversas cadeias produtivas”, disse.
Gripe aviária
Questionado sobre os efeitos da gripe aviária, Fávaro afirmou que a situação está sob controle. O Brasil, que até recentemente era um dos poucos países livres da doença em estabelecimentos comerciais, tem agora 11 casos sob investigação, frente aos 21 registrados anteriormente.
Dos 160 países que compram carne de frango do Brasil, 128 mantiveram os mercados abertos. “Apenas 24 impuseram restrições, e estamos negociando para reduzir o impacto, restringindo, se necessário, apenas áreas específicas como o entorno dos focos no Rio Grande do Sul”, informou.