O ex-ministro do Turismo Gilson Machado, preso na manhã desta sexta-feira (13), negou envolvimento em qualquer tentativa de obtenção irregular de passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).A declaração foi dada por Machado durante sua chegada ao Instituto Médico Legal (IML), no Recife, onde passou por exame de corpo de delito.Segundo o ex-ministro, o único pedido de passaporte que realizou foi em nome de seu pai, por meio de contato telefônico com o consulado de Portugal em Recife.
“Apenas pedi um passaporte para meu pai, por telefone, aqui no consulado português no Recife. No outro dia, ele foi ao consulado, juntamente com meu irmão. E o passaporte dele, se não recebeu, está para receber a renovação do passaporte português”, declarou.
Questionado sobre provas que sustentem sua versão, Machado afirmou possuir registros que comprovariam a legalidade do procedimento.
“É só pegar lá as ligações que eu tenho com o consulado aqui, um áudio que mandei para a funcionária do consulado e a entrada dele no consulado”, disse.
Ele também ressaltou que não esteve fisicamente presente em nenhuma representação diplomática.
“Não estive presente em nenhum consulado, em nenhuma embaixada. Nem de Portugal, nem de qualquer outro lugar. Nem no Brasil, nem fora do Brasil”, completou.
Mauro Cid também prestou depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira. Ele negou que tenha solicitado a Machado qualquer ajuda para a obtenção de um passaporte com o objetivo de fugir do Brasil.De acordo com investigadores, o depoimento de Cid durou cerca de duas horas e foi considerado “esclarecedor”. A PF, no entanto, não descarta a possibilidade de um novo interrogatório caso surjam dúvidas adicionais.