A federação União Brasil/Progressistas, batizada de “União Progressista” (UP) e criada esta semana, nasceu robusta, com 109 deputados federais e 17 senadores e uma consequência dramática para a estabilidade do governo Lula (PT): serão entregues os quatro ministérios ocupados pelo grupo, que também deixou clara a busca de uma candidatura de centro-direita para presidente, em 2026. Noves fora, oficialmente se afastam de Lula para negociar outras alianças.
Lula humilhado
O distanciamento ficou claro com a recusa do deputado Pedro Celso (MA) para ser ministro das Comunicações. Foi humilhante para Lula.
Faca e o queijo
A federação UP sinaliza um novo partido de centro-direita, forte no Congresso, 1.368 prefeituras e quase R$1 bilhão de Fundo Eleitoral.
Nem um, nem outro
O novo UP deixa claro para Lula que as diferenças ideológicas os afastam, assim como não pretendem fazer aliança com o bolsonarismo.
‘O governo acabou’
Na prática, Lula passará por maus bocados na reta final do mandato. “O governo acabou”, diz um senador aliado, muito pessimista.
João Vaccari (E); Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS (C); e Marcos Valério (D)
Na corrupção, é dos carecas que o PT gosta mais
O mensalão no primeiro governo Lula (PT) revelou Marcos Valério, figura central do grande esquema de corrupção denunciado em 2005. Subornava parlamentares para aprovar projetos da gestão petista. Vinte anos depois, outro audacioso esquema de corrupção surrupiou R$6,3 bilhões dos velhinhos do INSS, trazendo à luz do dia outra figura das entranhas petistas: o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes. Como Marcos Valério, ele é careca. Mais conhecido como “Careca do INSS”.
Pelegada corrupta
O “Careca do INSS” era bem recompensado por entidades picaretas, inclusive sindicatos, dos quais recebeu R$53 milhões, segundo a PF.
Subornava geral
O careca da vez, na corrupção petista, também pagou R$9,32 milhões a prepostos de dirigentes do INSS que “facilitaram” o afano.
Cadê o pichuleco?
Houve também João Vaccari, careca, chamava propina de “pichuleco”. Recém-descondenado, é compadre de Lula e foi tesoureiro do PT.
Eles gastam, nós pagamos
Os 81 senadores já torraram mais de R$7,7 milhões este ano na “cota para exercício da atividade parlamentar”, o “cotão”, através do qual conseguem ressarcimento de quaisquer despesas. No ano passado foram mais de R$32,2 milhões em viagens, aluguel de carros etc.
Nem aí
Alexandre de Moraes deixou os senadores a ver navios, simplesmente não deu as caras. Era aguardado no Senado para falar sobre a fala de um ex-assessor, que disse se sentir ameaçado de morte pelo ministro.
Cadê Renata?
Até a hora em que foi protocolada, a CPI do Roubo dos Aposentados não contava com assinatura da deputada Renata Abreu (Pode-SP), neogovernista que retirou apoio à urgência do projeto de anistia.
Mínimo paulista é maior
Tarcísio de Freitas (Rep) enviou proposta para reajustar o salário-mínimo estadual de São Paulo para R$1.804, 18,84% maior que o nacional. Em sua gestão, Tarcísio já aumentou o mínimo em 40,5%.
Derrete
A Petrobras padece sob gestão petista. A petroleira fechou a quarta-feira (30) com ação abaixo dos R$30, valendo R$29,99. Derreteu 28,63% em um ano, quando o papel era negociado por R$42,02.
Cheque em branco, não
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) votou contra R$15 bilhões para a lei Aldir Blanc. Quer estudar cada detalhe do texto e lembrou que o país está sem dinheiro e vai precisar ressarcir os idosos roubados no INSS. “Assinar um cheque em branco, não dá”, avisou.
Problema de sempre
Caso seja instalada pelo governista Hugo Motta, que já visou que tem fila, a CPI do INSS não será a primeira a devassar a previdência. Em 2002, CPI investigou desvio de R$1 bilhão anuais no governo FHC.
De saída
Ninguém viu (ou ouviu) Eduardo Leite (PSDB) nas negociações que definiram a fusão dos tucanos com o Podemos. É que o governador do Rio Grande do Sul está de malas prontas para o PSD.
Pensando bem…
…na guerra é destruição mútua assegurada, mas na política é gaveta mútua assegurada.
DIÁRIO DO PODER – COLUNA DO JORNALISTA CLÁUDIO HUMBERTO