Empresas com “laranjas” faturaram mais de R$ 880 milhões de municípios pernambucanos, por meio de crimes que fraudaram licitações e contratos para terceirização de mão de obra, entre 2021 e 2024. É o que dizem a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), que deflagraram nesta quinta-feira (5) a Operação Firenze com foco em pagamentos suspeitos de R$ 39 milhões da Prefeitura de Timbaúba para estas empresas investigadas, sendo ao menos R$ 10 milhões somente com recursos federais.
A investigação sobre o município administrado pelo ex-deputado federal e prefeito Marinaldo Rosendo (PP) é parte da denúncia recebida pela PF e pela CGU sobre mais de R$ 214 milhões de recursos federais desviados neste universo dos quase R$ 900 milhões destinados ao grupo empresarial.
“Diligências de órgãos parceiros na investigação confirmaram os fatos denunciados, inclusive com relação à suposta fraude ao caráter competitivo de dispensa de licitação, que contou com participação exclusiva de empresas do grupo comercial investigado. As apurações também identificaram a alocação de pessoas interpostas no comando das empresas do grupo e a realização de operações financeiras com características de lavagem de capitais”, detalhou a CGU.
O órgão de controle federal ressaltou que os contratos de terceirização de mão de obra investigados possuem caráter transversal. Ao enfatizar que a má gestão dos recursos dessas contratações impactam políticas públicas de diversas áreas, tais como saúde, educação e assistência social.
Os alvos dos 19 mandados de busca e apreensão são endereços de investigados nas capitais Recife e São Paulo, e nos municípios pernambucanos de Jaboatão dos Guararapes e Timbaúba. A Justiça Federal determinou medidas cautelares de proibição de atuação conjunta dos investigados em procedimentos licitatórios em Pernambuco, assim como de proibição de contato entre investigados e testemunhas.
Denúncias
A CGU orienta que quem tiver informações sobre esta operação ou sobre quaisquer outras irregularidades pode enviá-las por meio de formulário eletrônico da Ouvidoria-Geral da União (OGU),na Plataforma Fala.BR.
“A denúncia pode ser anônima e, para isso, basta escolher a opção ‘Não identificado’. O cadastro deve seguir, ainda, as seguintes orientações: No campo ‘Sobre qual assunto você quer falar’, basta marcar a opção ‘Operações CGU’; e no campo ‘Fale aqui’, colocar o nome da operação e a Unidade da Federação na qual ela foi deflagrada”, informa a CGU.
O Diário do Poder tentou contato com o prefeito Marinaldo Rosendo. E segue à disposição para a publicação de seu posicionamento.