Os dados do Boletim Temático Emprego e Rendimento, divulgados esta semana pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) contradizem boa parte da propaganda do Governo de Alagoas, de que seria o Estado que mais cresce na região. Os dados oficiais mostram que Alagoas pouco evoluiu nos últimos dez anos, além de não contar com nenhuma cidade, fora da Região Metropolitana, com destaque na geração de novos postos de trabalho.
Os indicadores reunidos pela Sudene comprovam que a região Nordeste teve um viés de crescimento no emprego formal, quando comparados os anos de 2023 e 2024. Atualmente são mais de 7,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada na região, um aumento de 355.842 em relação ao ano anterior (4,9%). Alagoas ficou na quarta posição, com crescimento de 4,9, bem atrás do Rio Grande do Norte (7,3), Paraíba (6,5) e Sergipe (5,4) lideram a lista.
O estudo destaca a relevância das cidades do interior, onde milhares de oportunidades foram geradas. No entanto, não há nenhuma cidade alagoana entre as indutoras de emprego. Feira de Santana (BA) está na dianteira, com mais de 142 mil empregos gerados. Municípios como Imperatriz (MA), Juazeiro do Norte (CE) e Mossoró (RN), criaram mais de 50 mil novas vagas.
O relatório mostra a participação de cada Estado em relação ao Nordeste quanto ao número de trabalhadores contratados. É onde Alagoas tem uma das suas piores performances. Em 2013, os alagoanos representavam 5,8% dos nordestinos que recebiam entre 1 e 2 salários mínimos. Em 2023, recuou para 5,5% na mesma categoria.
A pior queda aconteceu nos postos de trabalho mais altos. Há uma década os alagoanos que recebiam acima de 5 salários mínimos somavam 5,1% do Nordeste. Ano passado eram 4%. A remuneração média da massa trabalhadora em Alagoas é de R$ 2.358,12, abaixo da média Nordeste, que está em R$ 2.535,53. Neste recorte, Alagoas perde para Maranhão e Sergipe, por exemplo.